22.1.13

o sexo da crise ou a crise do sexo?

Primeiro veio a crise económica. Agora é a crise do sexo. Ou será o sexo da crise? Confuso? Pois bem, parece que nós (os homens) estamos a perder o desejo sexual. Segundo uma notícia que vi, um em cada dez homens está a perder vontade de viver momentos íntimos com a parceira. Porquê? Sobretudo por causa da crise.
 
Ao que parece, tudo o que envolve a crise (stress, instabilidade profissional, falta de emprego, entre muitas outras coisas) faz com que eles percam interesse pela vida sexual. Sem querer desvalorizar os autores do estudo, não vejo as coisas desta forma. Não compreendo que alguém perca o interesse pela mulher ou namorada porque Portugal, ou a própria pessoa, atravessa tempos complicados. Será que a situação piora por causa do sexo?
 
Compreendo e aceito se me falarem em doença. Por exemplo, se me disserem que um homem com uma depressão passou a ter um menor desejo sexual. Não argumento isto. De resto, poucas são as pessoas que neste momento podem dizer que se estão a marimbar para a crise. Poucas podem gabar-se de não sentir qualquer efeito na economia do casal ou da família. Infelizmente, eu não faço parte deste grupo. Pertenço aqueles que passaram a ter como amiga íntima uma calculadora.
 
Porém, não concebo que isto se traduza numa vida sexual menos activa. Aceito que seja uma desculpa para casais que não vivem uma boa fase e que se socorrem de tudo para culpar o estado da relação. Também aceito que a crise seja um bloco de gelo na cama a partir do momento que se discute economia nos momentos íntimos. Também aceito que a crise seja um bloqueio sexual a partir do momento em que os discursos políticos ocupam o lugar dos beijos e das carícias na cama.
 
Como tal, excluindo alguma doença como uma depressão ou a falta de interesse do próprio casal, não imagino o sexo a viver períodos de crise. Aliás, o sexo deve ser um balão de oxigénio que nos regenera quando tudo corre mal. É o acto mais íntimo que um casal pode viver. São os sentimentos e desejos no seu estado mais puro. É o que nos devolve o sorriso, motiva e dá força para continuar a tentar sobreviver num mundo cruel.
 
E aceito que digam que é uma teoria patética ou tola. Mas, uma coisa é certa. Nenhum Pedro Passos Coelho ou Vítor Gaspar vai transformar a minha vida sexual numa aborrecida aula de economia onde o clímax é quando toca para os alunos abandonarem a sala. A crise pode chegar a muito lado. Mas no meu quarto nunca irá entrar.

55 comentários:

  1. Amén! :)

    http://qaoquadrado.blogspot.pt/

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  2. As últimas duas frases deviam ser impressas em letras grandes e emolduradas!

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  3. Hahahahahahhahahahahahahaha eu ri muito e acho mesmo patético,a crise do sexo!

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  4. O problema é o ataque ao ego. Com a crise, perdem-se empregos, baixam-se ordenados, fazem-se menos compras, corta-se no cabeleireiro, ginásio, etc. Andam todos mais cabisbaixos. Agora, cabe-nos a nós levantar-lhes a moral :P Mimos, muitos mimos precisam-se! (ah e gosto muito do blog a preto e branco ;))

    Pippa Coco blog

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  5. onde é o teu quarto????

    ahahah

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  6. Estás inspirado hoje... estás, estás...
    A tua sorte é que hoje andei ocupada, senão vinha para aqui asneirar um pouco!...
    :)

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  7. Olha é a primeira vez que cá venho... e do que li já gostei !!

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    1. Muito obrigado. Que te sintas à vontade e que fiques por cá :)

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  8. Essencialmente é necessário ter uma mente muito desligada de tudo enquanto se está nas quatro paredes - ou não -. Isto porque senão, não há amor-carinho-paixão-desejo-e-tudo-e-tudo que supere. É que, quer queiramos quer não, acaba por estar tudo interligado. E a prova é as estatísticas. Em tempos de crise, há uma maior queda de divórcios e afins. Não é à toa que existe aquele ditado do qualquer coisa como "todos ralham e ninguém tem razão..." desculpa, mas não me lembro dele na íntegra, ops! Mas penso que passei a mensagem que queria. ;)

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    1. É preciso saber usar o amor e o desejo para que não existam interferências no quarto ;)

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  9. homem sem blogue has done it again!

    Passa pelo meu e se gostares segue :)
    http://franciscohere.blogspot.pt/

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  10. Meu deus, como há gente que ou não pensa, ou não vive neste mundo ou então vive toda muito bem. Qual o homem ou mulher, desempregado com casa para pagar, filhos para alimentar, tenha o mesmo desejo sexual? Quem é o casal que com ordenados reduzidos periódicamente, empregos instáveis tenham o mesmo desejo sexual que antes? Acordem, estes são a maioria dos portugueses.A alguns afeta mais, outros menos. Minha essencia, "em casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão"

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    1. Anónimo(a)

      Acredito que não acompanhes o blogue com regularidade. Se assim fosse, saberias que não atravesso o momento mais alto da minha vida profissional. Faço parte dos instáveis (se é que alguém tem um emprego seguro hoje) e de ordenaos reduzido e muitas mais coisas que não posso revelar aqui. Tenho renda e contas para pagar. Tenho alimentação, tenho combustível. Infelizmente, só não tenho filhos. A isto junto o facto de achar que sou uma pessoa que pensa. Vivo neste mundo e infelizmente não vivo muito bem. É certo que não sou pobre. Que muita gente gostaria de estar na minha situação mas não vivio muito bem.

      Porém, mal de mim, se chegar o dia em que a minha mulher está nua à minha frente, a meter-se comigo e eu respondo-lhe: "veste-te que há uma conta para pagar e durante os próximos minutos não vou conseguir fazer amor contigo."

      É isto que quero dizer. Ter vontade de fazer amor significa que me preocupo menos com as contas? Com os problemas que referes? Não fazer amor significa que estou a fazer contas para pagar tudo

      Para mim, o amor e o sexo são um balão de oxigénio para o pior. Para mais um dia complicado. Os problemas não vão embora mas durante largos minutos não me incomodam.

      Foi esta a mensagem que pretendi passar e é a forma como encaro a vida.

      Obrigado pelo comentário.

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  11. Toda a gente tem problemas. Os problemas causam preocupações. As preocupações cortam o desejo - é simples.

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    1. Acredito que existam pessoas assim. Porém, recuso fazer parte dessas pessoas. E espero que ninguém passe por isso. Duvido que a reacção de uma mulher vítima disto seja "é simples ou normal" que ele não me deseje.

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    2. Ei, mas ninguém aqui fala em ele não me desejar. Não tem nada a ver com isso. Eu, por exemplo, desejo sempre o meu rapaz, acho-o sempre irresistível, mas com o frio, com o trabalho, com as preocupações, tem dias em que nem de sexo me lembro. Parece-me normal, infelizmente o ser humano não consegue deixar de pensar nos problemas. :)

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    3. Naqueles momentos não podemos pensar :)

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  12. Pois eu acredito perfeitamente que homens que não saibam como vão pagar as conta, que não sabem como fazer para trazer dinheiro para casa e pôr comida na mesa, aqueles que estejam com a "corda ao pescoço" a última coisa em que pensem é em sexo!

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  13. HSB isso és tu que andas sempre (in love) com a tua menina e de bem com a vida (ainda bem).Porque na verdade,há-de haver muita gente que não sabe o que fazer à vida com a crise.É normal, julgo,não haver desejo sexual e sim preocupações...no entanto,estou certa que haverão outros tantos que embora a passar tempos de crise e aflição,conseguem "espairecer" e não deixar a crise entrar com eles na cama!

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  14. Acho que vi/ouvi essa notícia no fim-de-semana e o meu comentário de imediato foi "Deviam usar o sexo para descomprimir e relaxar, pois não há nada melhor!". Continuo a achar o mesmo! Mas, por outro lado, consigo perceber que as preocupações actuais, ao nível financeiro, laboral e familiar, possam fazer decrescer o apetite sexual. Mas há que dar a volta e não criar uma nova crise.

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  15. ´Já tinha lido um artigo sobre isso. Mas é muito fácil para os homens dissociar a realidade da fantasia sexual. Já as mulheres estão sempre a pensar...Azar o delas!

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    1. Espero é que ninguém deixe de desejar a parceira(o) por causa da crise.

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  16. Acredito que haja casais a passar por isso..Eu,profissionalmente tb estou numa fase mto, mto má, sou mãe solteira, tenho casa,carro e colégio para pagar, mas concordo ctgo...Essas coisas da crise tb não entram no meu quarto..nem na sala, nem na cozinha and so on & on..ehehh..Beijocas

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  17. Pode dizer que não se aplica a si. Dizer que não concorda com um estudo, o qual se baseia em factos é... Como hei-de dizer? Ingénuo? Além de que esse estudo não tem nada de novo. Está cientificamente provado que, em situações de stress, a libido diminui, quer no homem, quer na mulher.

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    1. Pipoca, trata-me por tu, pode ser?

      Serei ingénuo por não aceitar como facto consumado um estudo que analisou cinco mil homens, se não estou enganado?

      Compreendo o que me dizes e o que algumas pessoas ja referiram mas defendo que se deve lutar contra isso.

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    2. A questão não é essa, todo e qualquer estudo se baseia numa amostra, amostra essa que deverá ser representativa do universo. A menos que a amostra esteja mal construída, os resultados deverão ser fiáveis. Isto pressupondo um questionário feito como deve ser. Dizer são só X pessoas , não é verdade, é questionar todo o marketing Research, o que até pode ser feito, desde que baseado em factos. O não acredito ou não se aplica ao meu caso, não basta.
      E claro que deve ser combatido, mas às vezes pode não ser possível.
      (A Pipoca não trata ninguém por tu, é uma questão de alter ego, já eu....)

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    3. Mas esta amostra é muito reduzida e se não me engano eram homens de diversos países. Não pretendia questionar os profissionais desta área. Simplesmente, não acredito em todos os estudos.

      Ainda bem que estamos de acordo que deve ser combatido :)

      Vamos mudar esse alter ego, pelo menos quando passares por aqui?

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  18. Eu votava em desligar o quadro da luz, poupar electricidade, e tratar de assuntos mais prementes que o estado de sítio económico.

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  19. Antigamente havia repressão, fome e tristeza. Como não havia televisões a transmitir 24/7, cada um encontrava o consolo para as desolações da vida, na sua cara metade... qual crise, qual carapuça...

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  20. Parece-me muito bem dito e de certeza que quem stiver ctg vai agradecer! Sinceramente acho que nestes tempos d crise e apesar de todos os problemas, toda a corda na garganta ee o fazer contas à vida...é uma boa oportunidade para definirmos as nossas prioridades e vermos as tais pequeninas e simples coisas da vida que nos fazem realmente falta...coisas que geralmente são gratuitas, como um sorriso, um abraço, um beijo...e claro, sexo e paixão :)

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  21. Para nós a desculpa é a dor de cabeça, para vocês é a crise...

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