17.5.13

somos meros escravos


Este texto não tem como objectivo dar a conhecer uma opinião política. Longe disso! Simplesmente, defendo que somos uns meros escravos. Ao longo das nossas vidas não passamos de escravos. Súbditos do ritmo. Melhor, de vários ritmos.

A começar pelo trabalho. Esquecendo a minoria que representa os patrões, somos escravos de um ritmo imposto por alguém que entende que aquela deve ser a nossa velocidade de trabalho. Resta-nos cumprir esse ritmo ou ficamos para trás e somos despedidos. No desporto, a mesma coisa. Se for a um nível profissional, vivemos ao ritmo que o treinador considera ideal para nós. Se frequentamos uma aula de um ginásio, obedecemos ao ritmo imposto pelo professor.

No amor também somos meros escravos. Somos escravos do ritmo do nosso coração. É ele quem dita a velocidade e intensidade da nossa paixão. Pode ser algo louco e arrebatador ou um sentimento que mal mexe connosco. Vamos a uma discoteca. Dançamos ao ritmo da música que alguém escolheu para nós. Mais. Até à idade adulta, vivemos quase sempre ao ritmo que os nossos pais entendem ser o mais adequado para cada um de nós. E isto aplica-se a tudo na vida.

É verdade que nos tempos de lazer podemos ter alguns momentos de liberdade. Podemos ser donos e senhores do nosso ritmo. Mas, mesmo aí acabamos por não o ser. Porque escolhemos fazer planos, na sua maioria, pautados por outros ritmos. Pelo ritmo do trânsito, dos horários, da luz do dia e por aí fora.

Por isso, defendo que não há volta a dar. Nascemos escravos. Vivemos escravos. E vamos morrer escravos. Haverá sempre um ritmo a seguir. E na sua grande maioria não é dominado por nós. Todavia, esta escravidão não é um pesadelo. Até pode ser um sonho. Basta apenas que cada um de nós seja escravo do ritmo certo.

22 comentários:

  1. Muito bom este texto e muito verdade. A questão é que, se nas outras áreas é uma escolha, no trabalho e no coração, não temos claramente hipótese de escolha ;)

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  2. É verdade...
    Detesto que me imponham um ritmo que não o meu!

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  3. Então se formos mulheres estamos mesmo lixadas. A essa escravidão juntas a de ter que cuidar de uma casa e filhos enquanto os homens limitam-se a "ajudar" e acham que fazem muito.

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    1. Felizmente os homens estão muito melhores nesse aspecto. Não achas?

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  4. "Escravos do ritmo certo"... mais uma receita com cheirinho a felicidade.

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  5. Não gosto de ser escravo... mas quase trabalho de borla!!
    E se for de borla, o ritmo pouco importa...

    O Gajo das Botas
    http://ogajodasbotas.blogspot.pt/

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  6. Eu sou escrava do trabalho. Infelizmente. O meu sonho é ser reformada, mas não com o presente (Des)Governo!

    Um dia, alguém, quis que eu fosse escrava do seu amor, mas eu sou muito independente... :-)

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    1. Aproveita a vida ao máximo antes de chegares a esse ponto :)

      Fazes bem em ser independente ;p

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  7. Lá teremos então de escolher o melhor ritmo para nós!
    vidademulheraos40.blogspot.com

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  8. Só nos resta adaptarmo-nos o melhor que podemos a todos os ritmos que nos escravizam...:)

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  9. Gostei e partilhei com os devidos creditos ( espero que nao te importes) ;)

    Abraço

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  10. É uma forma de ver as coisas ... aparentemente e em algumas situações somos uns meros escravos porque assim tem de ser e a sociedade nos impõe ... mas a nossa alma de certeza absoluta não é escrava...tem a sua vontade própria que se revela quando e somente nós quisermos :)

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    1. Tens razão e até pode ser bom ser escravo de um ritmo, desde que seja o certo.

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