10.12.13

vou emigrar. desejem-me sorte

Ao longo dos anos ponderei várias vezes a hipótese de emigrar. Uma dessas ponderações esteve perto de se tornar realidade no ano de 2002, se não estou enganado. Na altura tinha a oportunidade de me mudar para Angola. Onde me esperava um ordenado de 600 contos por mês, casa paga, empregada e motorista para as deslocações casa trabalho. Não minto que me senti bastante aliciado com um cenário quase “milionário” para um puto com pouco mais de vinte anos.

Mas recusei. Porque era (e ainda sou) muito apegado à família. Não me imaginava a viver longe dos meus pais nem da minha irmã. Nem sequer colocava a hipótese de me afastar da mulher por quem me estava a apaixonar e que ainda hoje me atura. Além disso não queria congelar os estudos e acreditava, e ainda acredito, que o meu futuro estava no país onde nasci. Gostava de fazer muitas coisas lá fora, pois não me assusta trocar aquilo que tenho aqui por um cargo de empregado de mesa em Londres ou noutro sítio qualquer, mas acredito que tenho muito para fazer/conquistar aqui. E é o somatório de tudo isto que me tem mantido por cá.

Com o passar dos anos abordei o tema da emigração com a minha mulher. Em momentos onde parece que nos faltam as forças para lutar por um futuro melhor num país que sufoca os mais novos. Temos formas semelhantes de ver a vida. Não nos assusta a hipótese de tentar a sorte lá fora mas queremos triunfar aqui, junto dos nossos. E por cá temos ficado. Até hoje, dia em que tomei a decisão de emigrar. Algo que a minha mulher irá descobrir ao ler este texto.

O meu destino já está escolhido. Vou para os Estados Unidos da América. Mais especificamente para Chicago. E parto à procura da aventura o mais depressa possível. Assim que tiver tudo resolvido apanho o primeiro avião com destino ao país onde toda a gente tem uma oportunidade, segundo dizem. Assim que aterrar vou à procura do Mario Batali, o dono da marca italiana Eataly.

Vou à procura dele porque, a bem ou a mal, vai ser o meu patrão. Este simpático homem teve a ideia de abrir um bar Nutella naquela cidade. O destaque do espaço vai todo para o creme de avelã com cacau e leite. Naquela casa é possível comer iguarias como crepes e torradas barradas com Nutella (no facebook do blogue estão imagens do espaço) Por isso vou para a porta do bar e não saio de lá enquanto não me derem emprego. Sendo que rapidamente serei despedido por consumir o stock que deveria vender. Alguém quer dividir contas comigo e partilhar os boiões de Nutella?

34 comentários:

  1. Quando li o titulo e até metade do post achei que estavas a falar a sério... A partir do momento em que leio "EUA, mais concretamente Chicago", soltei uma gargalhada e soube logo como ia acabar este texto.

    Nutella não é a minha praia, mas mando-te a minha irmã mais nova... Mas cuidado... Ela é bem capaz de te bater por um boião de Nutella.

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    1. O texto é sério até à parte da Nutella. A partir daí é brincadeira mas considero o negócio brilhante.

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  2. Sou Cyborg

    Bem vindo à realidade, eu já cá estou, no país que me acolheu. Torço para que tenhas toda a força possível para suportares a distância.

    Bjs

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    1. Confesso-te que é uma hipótese que começa a fazer-me pensar muito.

      beijos

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  3. Espero sinceramente que o homem cá de casa não leia o teu texto. Se não estou tramada. E decide emigrar também para esse sítio aliciante de Nutelladependentes!

    cacaucaramelo.blogspot.pt

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  4. Gosto do que escreves, e é capaz de ser sensibilidade minha, mas talvez seja de mau gosto brincar assim com os que, seja porque motivo for, se encontram emigrados, especialmente nesta quadra. é que, e mesmo sendo uma brincadeira de suposto bom gosto, passa um bocado a imagem que emigrar é uma coisa de ir ali comer Nutella, ou estritamente de opção. Não é. Conheço alguns casos dramaticos. Não leves a mal estas palavras, so escrevo isto porque ja li aqui muito melhor e de mais bom gosto, sendo isto meramente uma opinião pessoal de alguém que ja esteve em experiencias de emigração. Enfim, é daquelas coisas que so percebe verdadeiramente quem passa por elas, pelo que provavelmente a piada foi gira.

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    1. Já acompanhas o blogue há algum tempo. Por isso sabes que o meu registo não passa por gozar com ninguém, muito menos com pessoas que mudam de vida em busca de algo melhor.

      Lamento (e peço-te desculpa) que te tenhas sentido melindrado com o texto. Não foi de todo minha intenção. Não me conheces pessoalmente mas posso dizer-te que excepto a parte da Nutella, tudo é verdade no texto.

      Se eu achasse que emigrar é "ir ali comer nutella" como tu dizes tinha ido para Angola. Como não tinha hesitado em ir para Inglaterra, Irlanda, Suíça e Holanda, como fizeram tantos amigos meus. Por achar que se trata de algo muito complicado e com muitos riscos, nunca quis dar esse passo.

      Mais uma vez, peço-te desculpa. Não tive intenção de gozar com os emigrantes. Apenas li uma notícia do bar da nutella e brinquei com isso. Por achar que é um belo negócio.

      Abraço

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    2. Também não é caso para tanto. Tal como eu disse, pode, e deve ter sido, sensibilidade minha.

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    3. Eu sei mas mereces uma explicação decente.

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  5. Epa! Muito bom :D

    Fiquei colado até ao fim a ver para onde é que ias emigrar e qual o motivo que te tinha levado a tomar tal decisão... a reviravolta com a Nutela no fim... bom, muito bom xD

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    1. Mas nos dias que correm a emigração começa a ser vista com outros olhos para estes lados...

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    2. Também estou a ponderar muito bem se não vou fazer disso a minha maior resolução de ano novo para 2014.

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    3. Se tiver de ser desejo-te a maior das sortes.

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  6. Nutella? Parece-me bem, muito bem mesmo!
    Abraço

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  7. Ui!!!!
    Quando estiverem instalados arranjem-me um cantinho para ficar a engordar durante uns tempos!!!!

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  8. Há quem parta à aventura, tu ias com um objectivo bem definido, era meio caminho para o sucesso .

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    1. Se alguma vez partir numa aventura destas será sempre com objectivos definidos. Como disse, não me importava de ser empregado de mesa (nem no estrangeiro nem em Portugal) mas era algo que faria como meio para atingir outro fim.

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  9. Ora bem... falas a brincar :) mas para mim foi a melhor decisao que tomei. Obviamente nao fui aquilo que sou hoje quando cheguei a Inglaterra. Mas hoje fico feliz por ter feito aqueles trabalho mediocres. Foram um meio para atingir o fim desejado :)

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  10. Não se assusta uma pessoa dessa maneira Bruno!!!
    Por momentos pensei que ia deixar de ter um dos meus blogues preferidos para acompanhar...

    S.

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    1. Se isso viesse a acontecer o blogue iria continuar a assistir.

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  11. Hilariante! Estive mais de metade do texto a pensar que íamos ficar sem o nosso hsb, depois aparece a nutella e foi só riso.
    Mas, agora falando a sério, emigrar é cada vez mais uma opção bastante apelativa, principalmente para jovens.

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  12. Ahahahaha!
    Não quer levar a minha sobrinha, 15 anos, consigo?

    :)

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  13. O assunto emigração já foi várias vezes abordado cá em casa...e para já, não...
    Continua a ser uma hipótese...

    Quanto à nutella... nunca liguei muito... mas ultimamente tenho devorado! Deve ser da gravidez...

    Beijinhos!

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