30.1.14

is this love? (capítulo catorze)


Alexandra e Miguel permaneciam no carro. Ela, totalmente nua, deitada no peito dele. Que por sua vez estava com as calças de ganga puxadas para baixo, apoiadas nos All-Star vermelhos. E com as costas, despidas e ligeiramente transpiradas, apoiadas no banco que é de Alexandra, pois Miguel tem por hábito ser o condutor. O silêncio era tão profundo que se conseguiam ouvir as batidas dos corações de ambos. “Não te queres vestir? Ainda aparece aqui alguém e vê-nos neste estado”, disse Miguel. “Não faz mal. Deixa-me estar assim. Em paz. Gosto de sentir o movimento do teu peito quando respiras ao mesmo tempo que me embalas com as batidas do teu coração”, respondeu Alexandra.

Tentando mexer-se o mínimo possível, Miguel esticou-se para agarrar a t-shirt que estava amarrotada no banco de trás do carro. Como o banco onde estavam estava deitado ao máximo, não foi necessário um grande esforço para agarrar na peça de roupa que utilizou para tapar o tronco de Alexandra. “Estás com medo que me vejam nua?”, brincou ela. “O teu peito está encostado ao meu, por isso ninguém te vê as mamas. E, para verem o rabo tinham de se aproximar muito do carro passando certamente aquele limite que nos assusta e que faz com que entremos para o livro de recordes do Guinness como o casal que se vestiu mais depressa dentro de um carro, estando os dois no mesmo banco”, gracejou ele.

O silêncio apoderou-se novamente do carro. Os corações voltaram a ouvir-se. E a bater numa perfeita sintonia. Alexandra rapidamente se deixou dormir. Miguel garante que não. Diz que estava a fazer contas de cabeça. Mas a verdade é que ambos dormiram mais de uma hora dentro do carro. Alexandra foi a primeira a acordar. De frio. Depois foi a vez de Miguel. Que continuava a garantir estar acordado. Foi já a caminho de casa que Alexandra se lembrou que tinha algo para contar ao namorado. “É verdade. Tinha-me esquecido de te dizer que amanhã tenho consulta na ginecologista. Aliás, deve ir dar-me na cabeça que não vou lá há muito tempo”, referiu. “És sempre a mesma coisa. Pensei que o tempo a idade fossem mudar essa maneira de ser. Sabes que não gosto nada desse deixa andar”, resmungou Miguel.

Já na cama, Miguel aproximou-se da namorada. Alexandra estava quase a dormir. Miguel começou a insinuar-se. Acariciando o peito com a mão direita, ao mesmo tempo que colocava a mão esquerda por dentro das calças do pijama de Alexandra. “Estás insaciável?”, perguntou ela. “Não te resisto”, respondeu ele, usando todos os truques possíveis para despertar Alexandra. Algo que não exigiu muito esforço da sua parte pois o desejo dela era ainda maior do que o dele. Segundos depois Alexandra estava nua, tal como Miguel. Ouviram-se gemidos de prazer. De ambos, que não se importaram com a possibilidade dos vizinhos partilharem sonoramente aquele momento íntimo.

Quando Alexandra acordou, já Miguel estava pronto para sair de casa. “Não consigo ir contigo ao médico. Não me tinhas dito nada e não consigo desmarcar a reunião com o Jorge, por causa daquele projecto de que te falei que nos pode dar algum dinheiro”, explicou. “Eu sei”, disse Alexandra entre bocejos. “Boa sorte. Espero que tudo corra bem na reunião”, acrescentou. Miguel beijou Alexandra, despediu-se e saiu de casa. Já ela, voltou a adormecer. E na cama ficou mais algum tempo.

As horas foram passando. Alexandra chegou ao consultório. Nervosa pelo que iria ouvir da ginecologista da família. Afinal, quase que nem se lembrava da última vez que tinha ido a uma consulta de rotina. “Dona Alexandra, pode entrar”, ouviu da boca da assistente da Drª Ana Sousa. Assim que fechou a porta do consultório, ouviu logo a voz mulher que continuava a chamar-lhe Xaninha. “Bons olhos te vejam Xaninha. Andavas desaparecida”, disse. “Pois...”, respondeu Alexandra, dando aquela resposta típica de alguém que não sabe o que dizer. “Que te traz por cá? Consulta de rotina?”, perguntou. “Mais ou menos... Estou grávida”, soltou Alexandra.

“Grávida?!?”, foi o que a médica disse com uma cara de espanto que Alexandra nunca esquecerá. “Dá cá dois beijinhos Xaninha. Os meus parabéns. E agora vem a parte profissional. A gravidez foi planeada?”, inquiriu. “Não. Aconteceu. Mas estou muito feliz com esta gravidez”, revelou Alexandra. “Não era isso que queria insinuar. É que é aconselhável fazer alguns exames de rotina para perceber se está tudo ok com a mulher antes da gravidez. E tu, pelo que vejo aqui na tua ficha, não fazes exames há muitos anos”, disse. “Pois...”, foi aquilo que Alexandra disse novamente por não saber o que dizer de modo a alterar o ar de reprovação que via nos olhos da sua médica.

Além da conversa e do raspanete, Alexandra foi sujeita a alguns exames. Além disso, a médica solicitou ainda que fossem feitas algumas análises complementares, já que nada fazia há muito tempo. Quando tiveres os resultados das análises, marca consulta e volta cá. Alexandra saiu assustada do consultório. A conversa da médica tinha provocado um receio inesperado. “Será que está tudo bem comigo?”, foi a pergunta que fez dezenas de vezes enquanto se encaminhava para casa.

10 comentários:

  1. Vou esperar pelo resto, mas está a parecer-me que isto está a ficar previsivel :$

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    1. O final esteve sempre pensado. O meio é que tem variado. Vamos ver no que dá...

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    2. Sabes bem que vou andar por aqui à espera ;) no fimzinho de tudo vou fazer-te uma analise sobre o que escreveste e o eu que eu esperava que escrevesses. Boa? :p

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    3. Já não falta muito para o final :)

      Ficamos combinado :)

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  2. Apanhei isto hoje por acaso, resultado.. li todos de seguida..
    Vou esperar pelo próximo.. mas... não digo ainda. Vou esperar!

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  3. Hum... Tenho um palpite sobre a continuação... Vou esperar para ver se acertei (ou, pelo menos, se andei perto xD)

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