25.2.14

jornalistas de merda

Nos últimos dias o jornalismo português voltou a ser falado. Em duas situações distintas. Uma delas aconteceu a Norte, mais concretamente no Estádio do Dragão. O Porto tinha acabado de perder com o Estoril. Mais de uma centena de adeptos, desiludidos com o resultado, aglomeraram-se na zona da garagem por onde os jogadores deveriam abandonar o estádio. Mais de uma hora depois do final do jogo, surgiu Jorge Nuno Pinto da Costa nesse local para falar com os jornalistas.

Naquele momento, o jornalista da TVI fez a pergunta mais adequada da noite. Questionou o presidente sobre a continuidade de Paulo Fonseca no clube. Completamente desesperado, Pinto da Costa ameaçou o jornalista, obrigando-o mesmo a abandonar o local, algo que este acabou por fazer a “convite” de uns quantos seguranças. Isto é lamentável. O jornalista fez a questão mais pertinente da noite. Está no seu dever. E o presidente do Porto está no seu direito em não responder. Mas, fica-se por aí. Não tem de empurrar o jornalista nem de o convidar a abandonar o local. Esta política do medo leva a que existam jornalistas que apenas fazem as perguntas que alguém quer ouvir, com medo de represálias. E isso não é ser jornalista.

Mais a Sul foi a vez de Manuel Luís Goucha e Cristina Ferreira (cujo talento admiro), os apresentadores de A Tua Cara Não Me É Estranha – Kids, falarem mal dos jornalistas, tendo por base uma revista que publicou histórias sobre as famílias dos concorrentes. Defendem que aquilo não se faz. Que os meninos, que andam todos na escola, vão levar com os colegas que viram as revistas. Além disso, deram a ideia de se criar uma revista onde se contam os “podres” das famílias dos jornalistas e incentivaram ao boicote à compra de algumas publicações.

Eu compreendo a opinião sobre os conteúdos editoriais de algumas publicações. É normal que existam muitas pessoas que não gostam de certos conteúdos que consideram mais agressivos, despropositados ou mesmo um lixo editorial. Mas, se existem esses conteúdos, é porque alguém os consome, certo? É o mesmo que o lixo que passa na televisão. Se existem programas fracos é porque alguém os vê. E, que eu saiba, ninguém compra revistas com uma arma apontada à cabeça. Num quiosque, existem dezenas de publicações, escolher a mais adequada é uma opção pessoal. Tal como escolher um bom programa é uma opção pessoal.

Além disso, nos dias que correm, duvido que exista alguém que pense que vai entrar num programa de grande audiência sem que a sua vida seja vasculhada. É o preço a pagar por que quer alcançar fama através de um programa de televisão. Se isso é justo ou não depende da visão de cada um. Mas é a "lei do jogo". É algo que acontece desde a primeira edição de Big Brother. E que irá continuar a acontecer. Se existem revistas de televisão, é normal que abordem tudo aquilo que envolve um programa com audiências e que, segundo os números de vendas, as pessoas gostam de ler.

Ainda neste programa, acho que se ignora a grande questão. Os apresentadores questionaram as publicações que vão atrás das crianças que andam na escola de segunda a sexta. Volto a dizer que não questiono isto e não condeno quem acho que seja lamentável. Mas não será também grave ter crianças de onze anos, as tais que na segunda de manhã estão cedo na escola, a cantar num programa de televisão à uma da manhã? Ou esta “exploração”, a troco de cinco minutos de fama e dinheiro não interessa para nada? Se as crianças são assim tão importantes para o canal, porque não fazer o programa à tarde ou a acabar muito mais cedo, já que no dia seguinte têm de estar cedo na escola? Não será que o interesse das audiências também é lamentável para a vida de crianças de pouco mais de dez anos?

A dupla de apresentadores salientou que existem pessoas muito más na Imprensa em Portugal. Isso é um facto. Quer seja nas publicações que referiram ou em qualquer uma das outras que ficaram por dizer.Não escapa uma. Mesmo daquelas mais "sérias" que nunca são mencionadas nestes casos. Tal como existem pessoas muito más na televisão. Sem talento e sem qualidade. Quer seja na TVI ou em qualquer um dos outros canais.

Quando ouço estes comentários sobre a imprensa nacional, que é má, fico sempre a pensar naquilo que consideram um jornalista bom. É aquele que só escreve que o famoso x tem um carro novo oferecido pela marca y? É aquele que escreve que o famoso x tem um novo contrato publicitário que lhe vai valer y? É aquele que é convidado para cobrir o evento x porque a marca y assim o exige para que o famoso z continue a ter coisas à borla? É isto que é ser um bom jornalista? É que, para isto não são precisos jornalistas.

Porque será que o jornalista que denuncia que o famoso x deve dinheiro a x é mau jornalista? Porque será que o jornalista que denuncia que o famoso x não paga pensão de alimentos é mau jornalista? Porque será que o jornalista que denuncia que o famoso x engana pessoas é mau jornalista? Porque é inconveniente?

Os jornalistas têm o dever de informar as pessoas. Existe um código deontológico que é igual para todos os jornalistas. E, seja para uma notícia positiva ou para uma notícia negativa para alguém, ele deve ser seguido à risca. Para que a notícia tenha fundamento e seja verdadeira. Porque será que ninguém questiona uma notícia sobre um político, onde se diz que é o maior trafulha do mundo, mesmo que seja falsa, mas uma grande maioria das pessoas questiona tudo o que é notícia sobre um famoso qualquer? Isso é algo que não compreendo.

Depois, existe ainda a vertente da vida pessoal. E a verdade, que algumas pessoas tendem a ignorar, é que uma pessoa famosa (político, apresentador e por aí fora) têm menos direitos do que um cidadão anónimo. É assim que são as coisas. Aqui e em qualquer parte do mundo. O que faz algum sentido porque são pessoas que tem uma imagem pública da qual vivem. Como tal, é normal – pelo menos para mim – que tenham menos defesas legais do que eu. Eu não sou famoso. Não vivo da minha imagem. Como tal, posso accionar certos meios legais que eles não podem. É um dos preços da fama e do estrelato. Agora, o que muitas pessoas conhecidas pensam é que abrem as portas da vida pessoal apenas quando dá jeito. E isso não é assim. É uma porta que, uma vez aberta, não se volta a fechar. Abrir ou fechar essa porta é uma opção de cada pessoa conhecida. Há quem tenha uma longa carreira (e sempre em alta) sem nunca promover a sua vida pessoal. E há quem o faça porque não se consegue promover de outra forma. É a mais pura das verdades.

E quem acha que a Imprensa portuguesa é má ou agressiva, é porque não conhece a espanhola, a britânica ou mesmo a americana, que não poupam ninguém! Porque, quem conhece as publicações desses países e aquilo que eles fazem, facilmente percebe que em Portugal os jornalistas são uns anjinhos. Aliás, existem muitas figuras que podem agradecer aos jornalistas as vidas de fachada que levam. Vidas essas que são do conhecimento de todas as pessoas mas que os jornalistas, os tais que não prestam, optam por não publicar para não destruir uma vida ou carreira nem arranjar problemas graves a essas pessoas.

Como isto já vai muito longo, acrescento apenas que é verdade que existem jornalistas muito maus. Que não seguem o código deontológico e que não olham a meios para atingir o fim que é ter notícias e vender mais exemplares de uma qualquer publicação. Mas também é verdade que existem mecânicos muito maus. Que dizem que nos venderam uma peça nova e estão a vender uma usada e em péssimas condições. Tal como existem péssimos profissionais em todas as profissões. Há que saber diferenciar.

31 comentários:

  1. Sobre a atitude do Pinto da Costa... subscrevo a tua frase "Completamente desesperado!" Um homem que ainda percebeu que o seu tempo já passou e que, visivelmente em condição física inferior, partiu para o ataque!

    Sobre a opinião da dupla Manuel Goucha / Cristina Ferreira - da qual não gosto -, as pessoas, adultos e crianças instigadas pelos adultos, expõem-se e não pensam nas consequências. Mas a fama é um veneno apetecível…

    Há bons e maus jornalistas, como há bons e maus outros profissionais. Há boa e má imprensa... mas cada um compra a que quer! E sobretudo... cada um acredita no que quer! Porque, como bem sabemos, há muita notícia que não é notícia, aliás, nem sequer é verdade...

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    1. Pouco há a dizer sobre a atitude inexplicável de Pinto da Costa.

      É isso mesmo. Cada um compra aquilo que quer. Só não percebo a ideia generalizada de que a imprensa social é toda má. O código deontológico é o mesmo para todos e há maus jornalistas em todo o lado.

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  2. Concordo com quase todo o teu texto, só não concordo com a "comparação" de um programa de miúdos (que muita vez estão a lutar por um sonho - cantar/representar) com um programa sexópornografico como é o Big Brother e derivados. Concordo com o Manuel e a Cristina: não têm que ir mexer na vida dos miúdos. Porquê? Porque são isso mesmo: Miúdos. Com idades em que, é do conhecimento público, TUDO serve para gozar, desprezar, marginalizar.

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    1. A comparação é porque não existe nenhum programa de televisão que não traga a exposição da vida dos concorrentes. Ou, se existir, é porque não tem audiência nem motiva interesse do público.

      Será que um menino de dez anos tem o desejo de se inscrever num programa daqueles ou será, na sua grande maioria, o desejo dos pais em quererem que os filhos alcancem a fama?

      É certo que são miúdos. Não coloco isso em causa. Mas, qual é a diferença entre desvendar as vidas dos adultos que estão por trás desses miúdos e desvendar as vidas pessoais dos políticos ou de celebridades internacionais? Ou mesmo de celebridades mundiais que têm a mesma idade?

      É só isso que não percebo.

      E volto a dizer. Se existe esse tipo de notícias é porque existem muitas pessoas que gostam de as ler. Porque comprar e ler é uma opinião pessoal.

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    2. A diferença é o "encaixe mental" que um adulto tem para lidar com a exposição mediática da sua vida pessoal e que uma criança - por ser criança - não tem.
      Não posso falar pelo geral das crianças, mas respondo-te à questão de serem os pais a pressionarem para que eles concorram a estes programas: conheço uma criança que fez a paciência dos pais em miolo para que a deixassem ir ao programa X ou Y porque era o sonho dela, cantar,estar em cima de um palco... com todas as reticências - legitimas - que este assunto comporta. E acredito que ela não é caso único.

      Mas repito a minha opinião: não concordo que rebusquem dos infernos o passado/presente de CRIANÇAS e seus derivados, só porque vende. (e aqui já entramos noutro tema: porque raio todos estes programas se fazem de histórias de coitadinhos? Não há gente feliz com talento? Por isso deixei de ver Idolos e afins)

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    3. Eu duvido que uma criança leia revistas. Acredito que possa ser gozada na escola por outros ou na sua rua. Agora, a própria criança passa ao lado de tudo o que é escrito. Acredito nisso.

      No caso que contas, os pais têm culpas. A criança quer e faz? Se existir talento não é um programa de televisão que vai fazer a diferença no percurso de uma criança de dez anos. Basta ver onde andam as crianças que venceram programas do género...

      Se reparares, os programas (e este não sei porque ainda não vi) são os primeiros a vender a história de que os concorrentes são uns coitadinhos. E só não vê isso quem não quer. Por exemplo, na casa dos segredos fazem tudo para que a burrice deles seja mostrada ao máximo. E a troco de quê? audiências...

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  3. Tenho uma dúvida e este texto vai ao encontro dela. Sabendo que os direitos de um famoso são diferentes dos direitos de um comum mortal, como é que funciona essa tal liberdade jornalistica para poderem explorar a vida dos famosos?
    Eu explico melhor, por exemplo, há famosos na nossa praça que têm a sua vida privada muito pouco (ou nada) explorada enquanto que há outros que deitam tudo cá para fora e são seguidos por todos os paparazzi possíveis.
    Dou o exemplo do Ricardo Araujo Pereira para suportar melhor a minha questão. Ele raramente aparece na comunicação social e nao acredito que seja por falta de interesse jornalistico. Há algum truque?

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    1. Vou dar-te um exemplo. Eu, se estiver na praia e se um jornalista me fotografar, posso refilar e dizer que não quero ser fotografado. Um famoso não pode. É um local público, é famoso e não pode impedir que seja fotografado. Como é óbvio, existem limites.

      Existem famosos que não vendem. O jornalismo é um negócio. Por exemplo, porque é que o Benfica faz quase sempre capa dos desportivos? Porque vende. Eu já vi uma capa de um desportivo que era o penteado novo do Simão Sabrosa, quando estava no Benfica. São as leis do mercado e as publicações seguem as tendências de venda.

      No caso que dizes. O Ricardo nunca abriu as portas da sua vida privada. É algo que preserva. Mas sempre o fez. Não o faz apenas quando lhe dá jeito. Sempre foi assim. E assim se mantém.

      Mas dou-te outro exemplo, do oposto mas em bom. O actor Ricardo Pereira. É um homem que abre as portas da sua intimidade. Sempre o fez mas de forma controlada por ele. Expõe aquilo que é interessante. Não se aproveita de escândalos nem nada do género. Dá aquilo que basta para a imprensa. E é uma pessoa bastante respeitada. Não me recordo de um escândalo com ele.

      Não existem truques. Existe respeitar para ser respeitado. Só que as pessoas nem imaginam como se processam os bastidores do jornalismo social. Se soubesse metade da missa não tinham pena de nenhum famoso. Mas também não nego que existem ódios de estimação. Porque existem!

      Achas bem, só para dar um exemplo, que um famoso ligue para as redacções a dizer onde vai estar, muitas vezes com pessoas que não sabem que foi feito esse telefonema, de modo a que possa ser fotografado "em modo paparazzi" (como gostam de dizer) e que depois num evento público rejeite ser fotografada(o) pela imprensa presente? É ridículo mas acontece...

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    2. Obrigado pela explicação e desculpa só responder agora mas não me foi possível fazê-lo mais cedo.
      O que dizes no último paragrafo é lamentável e sei que acontece mais vezes do que se pensa...

      Só fiquei com uma dúvida relativamente à "privacidade" dos famosos. Ok que não abram as portas da vida privada, mas os jornalistas gostam e podem fazê-lo sem autorização, ou aí já muda o caso de figura? É que, pelo que dizes, as pessoas que vivem da sua imagem (famosos) não tem grande liberdade na altura de escolher o que querem que seja público ou não...

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  4. Estou inteiramente de acordo, bom e mau existe em todas as profissões e neste caso o mau jornalismo reflete também a sociedade em que atua!!! Quanto aos dois apresentadores confesso que já estou com eles "pelos cabelos" se me permites uma expressão bem prosaica e corriqueira:))
    Bjs
    Maria

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    1. Apesar do talento, eles não são ninguém para pedirem um boicote à compre de revistas. Será que gostavam que toda a imprensa nacional fizesse notícia pedindo um boicote aos seus programas?

      E muitos famosos adoram queixar-se mas não vivem sem revistas onde adoram ver-se!

      beijos

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  5. Estou inteiramente de acordo, bom e mau existe em todas as profissões e neste caso o mau jornalismo reflete também a sociedade em que atua!!! Quanto aos dois apresentadores confesso que já estou com eles "pelos cabelos" se me permites uma expressão bem prosaica e corriqueira:))
    Bjs
    Maria

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  6. Sabes, o que me choca é o aproveitamento da vida familiar das crianças. Há mesmo necessidade de se ir vasculhar a vida privada?
    Os programas de TV ( não estou a falar em casa dos segredos em que toda gente se põe a jeito) não deveriam dar aso a vasculhar a vida privada. Estão ali pelo concurso, pelos seus talentos e tudo o que se fale nas revistas além disso é exploração!
    Quando concorri ao Masterchef, juro que não estava nada à espera de ser chamada. Quando me chamaram fiquei a pensar nas consequencias. Mas bolas será que nem um programa de culinária está imune, pensei! E lá fui, a medo, mas fui. E eu não deveria ter medo, não deveria ter que pensar que o facto de aparecer num programa me pudesse causar algum transtorno! Não num programa de musica, culinária ou costura!
    Eu sou a concorrente, eu tenho que arcar com as consequências. Não as pessoas que estão á minha volta. Já não falo que a vida privada não é tida nem achada para quem participa em programas de talentos. Mas a dos familiares?! Essa de certeza que não!
    E claro que há quem compre as revistas carregadas de cusquices! Também ficam a olhar para acidentes de carro a tentar ver bem o morto ou estropiado. Mas isso não valida que as revistas exponham nas suas publicações o que bem lhes apetece. Deve haver decência, caramba.

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    1. Eu percebo esse argumento. E é um produto que eu não consumo. Não leio porque não me interessa. Nem sequer sei o nome dos miúdos, quanto mais das famílias.

      Mas pergunto de outra forma. Há necessidade de vasculhar as vidas e a dor das famílias dos jovens que morreram na tragédia do Meco? Há necessidade de vasculhar a vida pessoal de um político e aquilo que faz na sua vida privada? Há necessidade de vasculhar o lado pessoal de quem quer que seja?

      Neste caso, os miúdos são o caminho para a liderança de audiências. Só isso explica que estejam a cantar às tantas quando têm escola no dia seguinte. É a minha modesta opinião.

      Obrigado pelo teu exemplo. E hoje, quem concorre a um programa tem de ter isso muito bem presente. O pior é que, em alguns casos, os familiares adoram aparecer na imprensa. Quando deveriam fechar as portas aos jornalistas e calarem-se. Mas não, contam tudo sem pensar nas consequências.

      Acho que a decência está nas revistas e em quem as compra. Se não comprarem, podem ter a certeza que a linha editorial muda por completo.

      Mas, volto a dizer. Em portugal somos uns anjinhos a comparar com o que se faz lá fora.

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    2. Não, não se devia vasculhar nada da vida privadan nem dos familiares do Meco, nem dos miudos. Dos politicos aí tenho algumas dúvidas. Deveriam ser um exemplo e se são drogados, ou bebados eu enquanto elitora deste país acho que me interessa saber quem me governa.
      Mas também concordo contigo quando dizes que há quem se ponha a jeito e até goste. E depois... pois, depois já não conseguem pôr mão!
      Quando concorri e cheguei aos 30, reuni com a minha familia chegada (leia-se marido e pais) e as ordens foram muito claras: se aquilo começar a ser transmitido e ainda lá estiver se alguem ligar a resposta é uma e em unissono" nada a declarar". Por mais estupidas que fossem as afirmações e por muita vontade que houvesse de responder, a resposta tinha que ser sempre a mesma!
      Mas lá está isso sou eu... Olha à conta da treta nem precisei de me preocupar muito que vim embora nos 30 e duvido que quando passar vá despertar interesse a quem quer que seja. ah ah ah

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    3. Se o político for excelente das 9 às 17, o que nos interessa que tenha vícios pessoais quando não está a trabalhar? Pessoalmente, interessa-me tanto a vida pessoal de um político como a de uma criança que está num concurso. Ou seja, nada. Só me interessa a vida privada de um político se for feita com o meu dinheiro. Caso não seja, é um problema dele.

      Enquanto jornalista, farto-me de aconselhar amigos a não abrirem a boca. A falarem apenas do que interessa. A terem um travão na língua e a não escancararem as portas das suas vidas. Porque, abrindo, nunca mais se fecha.

      É como uma pessoa que nunca justifica boatos. Até que um dia justifica um. E depois deixa de justificar novamente. Cria-se logo a ideia de que se deixou de justificar é porque é verdade. É absurdo mas acontece.

      A verdade é que existem jornalistas muito maus. Mas andam em todo o lado e não apenas no segmento social.

      Que o interesse sejam os teus dotes ;p

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  7. Muito bem dito, apenas acrescento que há coisas que nao valem a pena ser publicadas pela mentira, e a mentira é como penas ao vento...se é que me fiz entender.
    Publiquem a verdade ..mentiras, não.

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    1. Claro. Mentiras não. Seja em que publicação for. Isso sou contra. Por exemplo, recuso fazer textos que não estejam bem defendidos. Seja qual for o tema.

      Há quem goste. Eu detesto!

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  8. Bem... ao tempo que não vinha aqui espreitar e "apanho" logo com este texto bem grande!!;) Logo para matar saudades da tua escrita!!;) eheheh
    Concordo e gostei!;) Sobretudo da parte que referes das crianças... da exploração que não é falada, mas em parte até admirada, pela família... :S
    Beijocas

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    1. Ninguém liga a essa questão. Para mim, não é normal ter miúdos de dez anos a cantar às tantas.

      beijos

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  9. Infelizmente em todas as profissões existem esse tipo de conclusões. Tal como um médico cometer um erro grave descredibiliza (ainda que temporariamente) estes profissionais, ou um operário da construção civil que manda uma boca mais nojenta faz com que sejam todos considerados uns desbocados... os jornalistas, a meu ver, são mais um exemplo. Da exceção é feita a regra e sempre pela negativa! Temos de viver com isso, apesar da revolta que certas situações originam. Compreendo perfeitamente aquilo que dizes.

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    1. Só acho piada que ninguém duvide dos outros jornalistas que escrevem tantas ou mais notícias :)

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  10. Deixe-me ser um bocado radical...eu não chamo jornalista a qualquer pessoa que escreva por aí na imprensa.
    Vasculhadores de vidas... não consigo pensar, assim de repente, em algo mais suave.
    Mas dou-lhe razão numa coisa - programas de entretenimento, à noite, com criancinhas, na TVI... nada de muito abonatório me diz sobre as famílias.
    Por isso o mais recomendável é fugir dessas publicações, desses programas, desses universos de escava-podres... e fazer coisas saudáveis, interessantes e criativas em família.

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    1. Isabel, prefiro ser tratado por tu, pode ser?

      Ler ou não é uma opção. Mas quando existem revistas que vendem 200 mil unidades por semana é porque existe muita gente que gosta de ler.

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  11. Bem, vamos lá por partes... Nota prévia: sei que és jornalista e tenho todo o respeito por isso, e eu próprio gostava de ser jornalista. Mas não me identifico com determinados estilos jornalísticos.

    "Eu compreendo a opinião sobre os conteúdos editoriais de algumas publicações. É normal que existam muitas pessoas que não gostam de certos conteúdos que consideram mais agressivos, despropositados ou mesmo um lixo editorial. Mas, se existem esses conteúdos, é porque alguém os consome, certo?" - o facto de haver uma curiosidade inerente à vida das figuras públicas, não dá o direito aos jornalistas de fazerem tudo. Sim, vivemos num mundo em que o que interessa é vender... Mas eu não me identifico com a máxima de que todos os meios valem para atingir um fim. E crianças são crianças... Discordo tanto do programa de domingo à noite com aulas no dia seguinte como discordo do jogo das revistas. Estamos a falar de crianças! Que não têm maturidade suficiente para lidar com determinadas situações, que podem até nem ter um background familiar conveniente para as apoiar.

    "Quando ouço estes comentários sobre a imprensa nacional, que é má, fico sempre a pensar naquilo que consideram um jornalista bom. É aquele que só escreve que o famoso x tem um carro novo oferecido pela marca y? É aquele que escreve que o famoso x tem um novo contrato publicitário que lhe vai valer y? É aquele que é convidado para cobrir o evento x porque a marca y assim o exige para que o famoso z continue a ter coisas à borla? É isto que é ser um bom jornalista?" - para mim um bom jornalista não é aquele que trabalha em revistas cor-de-rosa. Epá, lamento, mas não consigo ver a devassa da vida privada como exemplo de bom jornalismo (ou, quase me arrisco a dizer, como jornalismo sequer). Um bom jornalista, a meu ver, é íntegro, respeitador, segue o Código Deontológico escrupulosamente. Os exemplos que dás não os enquadro sequer no jornalismo! Porque, a meu ver, ser jornalista é saber passar a actualidade tal como ela é, é saber dar as notícias como elas são.

    Posto isto, termino dizendo que longe vão os tempos do jornalismo puro e decente.

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    1. Vou fazer-te apenas uma pergunta :)

      Um jornalista que escreve sobre a vida de alguém. Mas que cumpre o código deontológico na íntegra. Não falha em nada e só escreve verdades.

      Outro jornalista que escreve, por exemplo, sobre política. Que não cumpre o código deontológico e que escreve notícias com base em rumores sem confirmar a veracidade daquilo que ouve.

      Destes dois, qual é o mau jornalista?

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    2. O mau jornalista seria obviamente o segundo. Mas eu, pessoalmente, não consigo ver o primeiro como bom jornalista (para ser honesto, nem consigo ver propriamente como jornalista...)

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  12. De todas as situações a única que me suscita um comentário é a dos miúdos e é muito fácil de responder: Pais de merda.

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    1. Alguns pais querem à força que os filhos sejam tudo aquilo que não foram.

      Basta ver quando vão para as galas com sede de microfone e de protagonismo.

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  13. Jornalistas acham - se os melhores: muito bonitinhos para a câmara a comentar o que não sabem e como muito bem lhes dá na real gana: DEVIAM SER TODOS DESPEDIDOS!!!!!!!!!!!!!!!

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