20.3.14

trabalhar com o namorado

Num destes dias, quando acabei de almoçar, foi impossível não ouvir uma conversa protagonizada por mulheres que estavam à minha frente na passadeira rolante. “Em casa discutimos por causa da empresa. Estou farta disto. Não basta trabalharmos juntos e ainda é isto em casa”, lamentava uma delas. Isto fez-me recordar o desabafo de um amigo que dizia que a relação com a ex-namorada era perfeita, até ao momento em que decidiram trabalhar juntos e aí foi cada um para seu lado.

Existem pessoas para quem trabalhar ou ter um negócio com quem se ama é um bicho de sete cabeças. Para mim, é o oposto. Em primeiro lugar, tenho um negócio com a minha mulher. Além disso, o meu pai tem um negócio com a minha mãe. E o meu sogro tem um negócio com a minha sogra. E estes são os melhores exemplos que posso ter. Até porque, o meu pai já teve um sócio e as coisas não correram bem. Tal como o meu sogro também já teve um sócio e as coisas também não correram bem.

Se tenho a oportunidade de ter um negócio com alguém que amo, porque razão hei-de ter com outra pessoa? Com alguém, por mais amigo que seja, que irá acabar por levantar desconfianças ao mínimo acontecimento imprevisto. Algo que também já testemunhei com amigos que não queriam acreditar mas que foram roubados pelos melhores amigos em negócios. Por isso é que prefiro partilhar um negócio com quem partilho a vida. Do meu ponto de vista, a probabilidade de que tudo corra bem é maior. Não existem as eventuais barreiras que se levantam com outros sócios.

Mas, para que tudo corra bem, existe uma regra de ouro de que não abdico. Quando estou a trabalhar com a minha mulher, ela deixa de o ser. Passa a ser a minha sócia. E esta regra tem de imperar sempre. Além disso, a relação não entra no negócio. Só o conhecimento da pessoa. Cumprindo isto, prefiro mil vezes trabalhar com a minha mulher. Sei como pensa, como trabalha e, acima de tudo, sei que deseja o sucesso do que é nosso tanto ou mais do que eu.

22 comentários:

  1. bem, na verdade tambem sou a favor de se trabalhar em locais diferentes, 24h por dia c a mesma pessoa nao é facil, alem disso kd ha problemas na empresa ficam os dois a "ver navios"

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  2. Mas eu penso que o problema reside exactamente em conservar essa regra de ouro...acho que a maior parte dos casais não consegue distanciar-se a esse ponto e exije a nível profissional o mesmo tipo de retirno de afectos que se exije a nível pessoal e familiar...ainda bem que com vocês e a tua família resulta! è um caso ed sucesso e hereditário!

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  3. Cada caso é um caso, pessoalmente prefiro as coisas separadas.

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  4. Uma coisa é ser sócio outra que acho muito diferente é ser colega de trabalho!
    Partilhar e viver tudo o que são os "problemas" inerentes ao trabalho, o mesmo patrão, os mesmos colegas é uma coisa completamente diferente. Se muitas vezes não é fácil chegar a casa e desligar do dia de trabalho, imagina o que é viver com alguém que está na mesma situação.
    Também tenho projectos profissionais com o meu namorado, mas cada um tem o seu trabalho em sítios diferentes, mas não me imagino a partilhar o mesmo local de trabalho com ele. Acho que não ia correr bem!

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    1. Compreendo o que dizes. Connosco passa-se o mesmo e nesse sentido, dou-te razão.

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  5. Eu trabalho com o meu marido, estudei com ele (na altura éramos apenas namorados) e agora mais que nunca pensamos ter um negócio juntos.
    A regra de ouro é precisamente essa. No trabalho somos colegas de trabalho e ponto. Em casa somos marido e mulher, namorados quase todos os dias e o trabalho fica à porta de casa.
    Já na época em que estudávamos, era mais ou menos assim, com a diferença que haviam tardes que começávamos estudantes e acabávamos namorados porque a imaturidade assim obrigava. :)
    Já estamos juntos há 7 anos, a trabalhar juntos há 4 anos e meio e casados há quase dois.

    Jelly Pearl
    http://10yearsbituine.blogspot.com/

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  6. Ainda bem que existem pessoas maduras para fazerem isso acontecer. Posso dizer-te que eu e o meu marido a trabalhar juntos, só mesmo na limpeza da casa! eheheh

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  7. Por aqui o marido já teve um sócio e não deu resultado, trabalhamos juntos desde á 5 anos ( sendo que qd tinha o sócio pode-se dizer que desdobrava-me entre um trabalho mal remunerado e a organização do trabalho do marido daí ter estado sempre a par do trabalho) e não tem resultado, ele quer uma coisa eu quero outra, acabo sempre por deixa-lo seguir as ideias e nada resulta, é como estar-mos num entroncamento, eu digo para ir-mos para a direita, ele para a esquerda, cedo e vamos pela esquerda, caímos, levanta-mo-nos e recomeçamos tudo outra vez sem nunca saber o que está no lado direito.

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    1. A opção tem de ser sempre a melhor para o negócio e não a minha porque eu é que sei e não a tua porque nada sabes. Tem de ser tudo analisado ao detalhe. Se eu sou melhor nisto, sou capaz de saber mais um pouco, se tu és melhor naquilo, saberás mais do que eu.

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  8. Tud em família...Fizeste-me rir com isto:

    "o meu pai tem um negócio com a minha mãe. E o meu sogro tem um negócio com a minha sogra."

    Ainda bem que por aí corre bem.
    Tens uma boa atitude: mulher/sócia.
    Eu não sei se gostaria de trabalhar com o meu marido (não é o caso).
    E ainda me rio...

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  9. Concordo contigo quando dizes que é melhor trabalhar com quem se ama, pelos motivos que dizes.
    Mas eu, pessoalmente, não sei se era capaz de o fazer. Gosto de separar muito bem as águas.

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  10. Eu acho que cada caso é um caso mas eu pessoalmente também prefiro não trabalhar com o maridão (e sei que ele prefere o mesmo). Primeiro por razões económicas: se correr mal para um um, corre mal para os dois;
    segundo: porque temos maneiras e ritmos de funcionar diferentes e isso iria causar atritos no método de funcionamento
    terceiro:penso que a tendência seria o negócio entrar pela relação adentro e perlongar-se pelo serão, jantar e outros tempos em que estamos juntos (é claro que entra na mesma mas de forma mais "distante" pois não estamos tão por dentro do que se passa na vida profisiional de cada um de nós).
    É claro que entre ter sócios ou a cara metade todos os votos vão para a segunda opção, mas de prefrência cada um na sua actividade profissional e unidos na familia e no amor.

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    1. A razão económica é um motivo forte. E que compreendo. De resto, continuo a preferir ser sócio da minha mulher.

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  11. Partilho exatamente da tua opinião. Os meus pais trabalham juntos há 43 anos, desde que casaram e estão muito bem.
    Eu não trabalho com o meu marido, mas se tivessemos um negócio eu ia adorar!

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