8.6.15

há por aí alguém que queira vender o filho?

Existem momentos em que acredito que pouco ou nada me pode surpreender. Nessas alturas recordo-me sempre da famosa imagem do porco a andar de bicicleta e penso que estou errado. Que afinal existem coisas, mais ou menos chocantes, que ainda me conseguem surpreender. Uma dessas coisas, que considero absolutamente estúpida, descobri hoje.

Fiquei a saber, estar em casa permite ver mais televisão, que, em Portugal, uma mãe que deseje vender um filho não está a cometer nenhum crime. Aliás, legalmente, nada impede uma mãe de vender um filho. Aquilo que o Ministério Público faz é tentar transformar esta venda em exploração infantil. Mas praticamente sem sucesso pois isso implica abusos sexuais e outras coisas do género. Resumindo, uma mãe deseja vender o seu filho e tudo está bem. Pelo menos do ponto de vista legal e em Portugal pois existem países, como é o caso do Brasil, onde existem leis que proíbem este “negócio”.

E isto é algo que não compreendo. Existem leis para tudo e mais alguma coisa. E uma coisa tão simples e básica como esta não está legislada. Fiquei estupefacto quando soube disto. Imediatamente pensei num mercado, não sei se existirá ou não, apetecível para quem deseja comprar uma criança. Pensei nas pessoas que aceitam fazer de algo tão belo uma troca meramente comercial.

Existem coisas completamente absurdas. Existem leis que me fazem rir. Existem detalhes de determinadas leis que davam um extraordinário espectáculo de stand up comedy. E depois existem coisas destas. Que sendo básicas são ignoradas e que dão vontade de tudo menos de sorrir.

6 comentários:

  1. O quê??? Não fazia ideia!
    Andam preocupados com a publicidade nos blogs, mas vender os filhos pelos vistos não é nada de outro mundo!! Este país tem as prioridades todas trocadas.

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  2. Olá :)
    Lembro-me de ter aprendido nas aulas de Direito que a legislação é concebida como resposta a casos existentes e nunca como prevenção à existência desses casos. Desculpa apresentar os conceitos tão mal alinhavados, mas com jantar ao lume não é fácil. Quer isto dizer que há uma perspectiva positiva no que relatas. É que se não existe legislação em redor disso é porque não é uma prática corrente.

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    1. A explicação está muito boa :)

      Por um lado é bom acreditar no que dizes. Por outro é mau saber que quem o decide fazer dificilmente será responsabilizado pelo que quer que seja.

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  3. É ridículo, sem dúvida, principalmente porque se perde tanto tempo com coisas que não interessam para nada, e este tipo de situações, simplesmente passa ao lado.

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    1. Quero acreditar, como aqui foi dito, que é por ser algo que não é comum.

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