25.10.16

nesta casa de taberneiros bebe-se vinho e joga-se à sueca

Apesar de ir muitas vezes a Setúbal, descobri a Taberna do Largo enquanto navegava pela internet. As imagens bastaram para que ligasse a reservar uma mesa. Até porque há muito que aprendi que não serve de nada ler os comentários sobre os restaurantes. Os mesmos podem ser “encomendados” ou podem ter segundas intenções. Por isso tenho como lema experimentar. E costumo dizer que o pior que pode acontecer é não voltar ao local.

Quando liguei para a Taberna do Largo fiquei conquistado pela simpatia de quem atendeu o telefone e com a facilidade com que tudo foi tratado. Isto pode soar a banal mas existem espaços onde reservar um jantar nem sempre é fácil. São políticas das diferentes casas que respeito. Ainda valorizo mais o tratamento da Taberna quando chego ao espaço e percebo que é pequeno. Entrar neste espaço conquista as olhos. É uma taberna decorada a gosto. Como diz um dos seus lemas, “é a taberna que quer ser taberna”. Outro, a que acho especial piada, refere que “nesta casa de taberneiros bebe-se vinho, joga-se à sueca e torce-se pelo Vitória”. Gosto do balcão típico de uma antiga taberna, da mesa de matraquilhos pendurada na parede, das mesas com tampos em mármore e, entre outras coisas, das cadeiras diferentes, tal como os pratos e das diferentes portas que forram uma parede.

Na mesa conta-se sempre com uma deliciosa manteiga, pão, broa, azeitonas e tremoços temperados a preceito. Sendo fã de tremoços, é mais uma forma de me conquistar. Quanto ao menu, destaco os petiscos. As escolhas são muitas e tudo o que provei até agora é de qualidade e bem confeccionado. Dou especial destaque ao camarão e aos ovos com farinheira. Estes não podem faltar na mesa. Isto acompanhado pelo vinho tinto da casa, de beber e chorar por mais. Por fim, a mousse solta o guloso que existe em casa pessoa. Gosto ainda de pequenos detalhes que casam muito bem. O aspecto é de uma taberna onde o antigo e o novo se misturam na perfeição. Aprecio a forma como coisas antigas se unem, por exemplo, a copos de vinho modernos.

A decoração do espaço (um dos melhores exemplos de aquilo que faz falta é bom gosto e não rios de dinheiro para gastar em decoração), a simpatia da equipa e, claro, a qualidade da comida chegavam para que partilhasse o espaço. Mas existem factores que não posso ignorar. Nas vezes que lá fui fiquei agradavelmente surpreendido na hora de receber a conta. Achei sempre barato. Dei por mim a consultar a conta e a tentar perceber o que estava em falta quando na realidade estava tudo bem.

Destaco isto por considerar que é um exemplo de boa gestão e construção de uma casa. As doses (bem servidas) podiam ser mais caras? Podiam! Provavelmente as pessoas comiam menos coisas, gastavam menos dinheiro e visitavam o espaço menos vezes. Outra coisa que muitas casas fazem é aumentar o preço e reduzir a qualidade, algo que não é o caso. E por isso é que sempre que vou a este espaço encontro o mesmo cheio. E com as mesas sempre a rodar entre clientes. Por isso é que enalteço o trabalho desta equipa e deste projecto que é um dos espaços onde mais gostei de entrar nos últimos tempos. Quem gosta de petiscos tem aqui uma excelente opção onde a qualidade e simpatia não implicam pagar uma fortuna.

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