16.1.17

homossexuais, toca a sair do armário!

Os anos vão passando, as mentalidades vão (muito) lentamente mudando mas existem coisas que permanecem iguais. Entre estas coisas está a obrigatoriedade de um homossexual assumir que é homossexual. Ninguém exige que um heterossexual se assuma como tal. Entende-se que é a ordem natural das coisas e está tudo bem. Mas se uma pessoas é heterossexual só tem uma opção: gritar ao mundo que o é!

Enquanto isto não acontece existe a dúvida. “Será paneleiro?” ou “será fufa?” são duas questões em destaque até ao momento da confirmação. “Aquele não engana ninguém” e “tem ar disso” são palavras que também se ouvem. E que dominam a atenção de alguém. Que tem apenas um desejo. A tão desejada confirmação que poderá levar à ofensa gratuita pela certa.

Enquanto existe dúvida existe também uma ofensa moderada. Quando existe certeza já vale tudo. Desde a ofensa gratuita até ao “coitadinho/coitadinha” que apanhou a doença da homossexualidade durante umas férias com amigos. E agora não há maneira de curar aquilo. A tão desejada confirmação faz também com que os homossexuais sejam uma espécie de bibelot que se tem em casa mas que não se pode mandar fora. Anda ali de um lado para o outro, sempre escondido, até que chegue o dia em que será bom ostentar um bibelot (ou homossexual).

É por tudo isto que não percebo esta quase obrigação em torno da afirmação da homossexualidade de alguém. É homossexual? Não é? Não me interessa. Interessa apenas que seja feliz. Interessa-me apenas que se sinta confortável perto de mim (e isto aplica-se às pessoas que conheço) sem ter receio de que uma conversa resulte em ofensas gratuitas.

Quando as pessoas deixarem de exigir coisas aos outros, quando se preocuparem mais com as suas vidas e quando se focarem nos acontecimentos diários que protagonizam vão perceber que pouco ou nada importa (nas suas vidas) que o homem x ou a mulher y se tenha que assumir como homossexual. Até lá vão continuar a viver as vidas dos outros.

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