10.1.17

o problema não é a separação mas a relação

Ontem, neste post, brinquei com o facto de uma amiga costumar dizer que as separações fazem bem às pessoas. Isto no sentido de que as pessoas passam a olhar para si como prioridades da própria vida. Mas a verdade é que o problema não está na separação. Está mesmo na relação! E naquilo que as pessoas fazem (ou deixam de fazer) quando passam a estar numa relação.

Uma relação é feita de cedências de parte a parte. De ajustes de ambos. Isto de modo a que a convivência seja, dentro do possível, perfeita. E é deste equilíbrio de desejos, vontades e gostos que nasce a fórmula para que uma relação dê certo. Mas nada disto implica que uma pessoa se anule em detrimento de outra. A pessoa tem de ser sempre protagonista da sua vida. O papel de actor (ou actriz) secundário será sempre de outra pessoa.

Creio que este é o maior erro que muitas pessoas cometem numa relação. Deixarem de ser aquilo que realmente são por entenderem que isso é que faz bem à relação. Que será isso que fará com que tudo dê certo. Por isso é que muitos homens se desleixam. É por isso que muitas mulheres se desleixam. E é por isto que muitas relações caem na rotina. E é por isso que muitos casais se afastam. Acabam por dar sempre primazia ao outro. Algo que percebem ser um erro no momento em que a relação está perdida, ou muito próxima desse ponto.

Isto aplica-se, apenas para dar alguns exemplos, aos homens que se deixam engordar e às mulheres que deixam de se arranjar. Parece que o ponto alto da relação é quando ambos estão conquistados e dão início ao namoro. Quando isso deveria ser, como o nome indica, o início de algo. E isto também se aplica ao momento em que um casal tem filhos. Algo que para muitos casais significa abdicarem de tudo o resto que diz respeito aos dois.

Misturar tudo isto numa espécie de cozinhado sentimental dá origem ao tal pensamento de que as separações fazem bem às pessoas. E fazem porque as pessoas percebem que cometeram bastantes erros acreditando que era algo benéfico para a relação. O problema não está na separação. Está, e sempre será assim, na relação.

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