7.3.17

estive a tomar banho, ó seu burro!

Os jornalistas são os maus da fita. Por norma é assim. E esta é a imagem que a maior parte das pessoas acaba por reter. Mesmo que não bata certo. Por exemplo, em boa parte dos casos, os jornalistas são tratados de forma pouco digna por quem precisa deles. Porque na realidade existem muitas pessoas que precisam mais dos jornalistas do que os jornalistas dessas pessoas.

Um exemplo do mau tratamento que é dado aos jornalistas passa pela seca que é dada aos profissionais desta área. Que chegam a ficar horas à espera de uma qualquer personagem. Isto porque entendem que esperar é uma das obrigações dos jornalistas. Mesmo em casos em que são convocados para determinada hora e deixados largos minutos à espera de alguém.

E se os jornalista ousam reclamar são logo vistos como os maus da fita. Sendo que os jornalistas também têm a sua culpa porque aceitam tudo. A maioria deles são incapazes de abandonar determinado local, mesmo quando estão a ser tratados de forma injusta. Algo que aconteceu recentemente com Filipe Gouveia, treinador do Covilhã, um modesto clube do segundo escalão do futebol português.

Com o maior respeito pelo clube, e também pelo treinador, as pessoas deveriam agradecer o facto de existirem jornalista interessados numa conferência de imprensa de um clube destes. E digo isto porque os jornalistas são cada vez menos e a segunda divisão não é uma prioridade. Mesmo assim existiam profissionais na sala, que ficaram à espera do treinador, no final de mais um jogo. Porém o treinador atrasou-se.

E o treinador ficou ofendido quando entrou na sala e ninguém lhe dirigiu uma palavra. Disse que os jornalistas não eram educados. Ao que alguém respondeu que os mal educados eram eles (clube) por atrasarem a conferência de imprensa. Ao que o treinador responde: “você sabe lá se eu estive a tomar banho, ó seu burro”, atira. E ainda diz, ao mesmo ou a outro jornalista, “fixa bem a minha cara, fixa bem”, em jeito de ameaça. (vídeo aqui). E é isto que temos.

Faz lembrar o caso do treinador especial que um dia recusou dar uma conferência de imprensa enquanto uma jornalista não abandonasse a sala. Jornalista essa que foi humilhada sem que percebesse o motivo. Lá acabou por sair até perceber que tudo não passava de um erro. A jornalista era questão era outra pessoa. Houve uma confusão feita pelo especial. Que, mais tarde, enviou outra pessoa para pedir desculpa à jornalista. Que respondeu, a essa pessoa, algo como isto: “Se ele foi homem para me humilhar em público, que seja homem para me pedir desculpa em público”.

Se existem jornalista parvos? Sim. Mas não são a maioria. E a maioria dos jornalistas são vítimas de situações como aquela que aconteceu na recente conferência de imprensa. Este é o modo como os jornalistas são tratados. Sem qualquer distinção. Quando um é mau, são todos péssimos.

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