1.6.17

dia da criança agridoce

Habitualmente o Dia da Criança é sinal de festa para mim. Por diversos motivos. O principal prende-se com o aniversário da minha mãe. Que faz anos num dos dias mais especiais e mágicos do ano. Por outro lado, é um dia também dedicado à minha sobrinha, a única que tenho. Estes dois ingredientes fazem com que este dia seja ainda mais especial.

Mas este ano as coisas mudam um pouco. Existe a alegria pelo aniversário da minha mãe. Mas a euforia da família fica relegada para segundo plano. Isto porque, com alguma ironia, é neste dia que a minha sobrinha irá ser operada. É o Dia da Criança na mesa de operações. É certo que é uma operação simples. Algo comum nas crianças, mas quando são crianças ou quando é uma realidade próxima de nós, não existe nada que seja simples e fácil. Isto no que aos nervos diz respeito.

Recordo-me da minha operação e dos nervos com que estava quando estava a caminho do bloco operatório. Das coisas que me passavam pela cabeça. Quanto mais uma criança, que não tem a real dimensão da facilidade de uma operação. Tal como os familiares mais próximos, por mais vezes que ouçam que é algo bastante simples - e na realidade é - acabam por ficar sempre nervosos. As únicas pessoas que acabam por lidar com tudo isto com a maior das normalidades são os médicos.

Por tudo isto hoje vivo um dia agridoce. A alegria pelo aniversário da minha mãe está cá. O amor e a vontade de encher a minha sobrinha de mimos também. Mas tudo isto está a ser partilhado com a preocupação em saber que a menina irá ser operada. Não é que receie a intervenção. É a forma como poderá estar assustada em relação a tudo isto que é completamente novo para si. E que é muito melhor ser feito agora do que em idade adulta.

6 comentários:

  1. Percebo a preocupação com a sua sobrinha e desejo que a cirurgia corra o melhor possível e a recuperação da menina seja rápida. As crianças às vezes, encaram melhor estas coisas do que os adultos. A minha neta por exemplo é assim. Uma ida ao médico, ou um exame complicado, é uma aventura para ela, e estava toda entusiasmada, quando foi operada à garganta. Mas claro nem todas serão assim. Parabéns à senhora sua mãe. Longa e saudável vida para ela.
    Deixei de festejar o dia da criança. Acho que não faz sentido, num mundo em que milhares delas morrem todos os dias, vítimas da guerra, da fome, e da crueldade dos adultos.
    Um abraço

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    1. Penso em tudo o que dizes mas gosto de celebrar a criança que sou e que espero nunca deixar de ser.

      Abraço

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  2. Olá
    Eu sou enfermeira e já fui operada 2 vezes e sou sincera acho que não "lidei com a maior das normalidades". Quando chegou a minha vez perguntei se podia fugir ou então ficar para outro dia.
    Claro que trabalhando na área (e com 4 de trabalho no bloco operatório) se calhar houve medos e dúvidas que não tive: o que me vai acontecer? O que é aquilo? Porque fazem isto? Para que é aquilo? Quem é este?
    Mas no momento voltei a ser o comum dos mortais com o medo principal: será que vai correr tudo bem? (Apesar de saber que só uma ínfima parte das cirurgias que assisti é que correram mal).
    De certeza que vai correr tudo bem.
    Adoro o blogue.

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    1. Obrigado pelas simpáticas palavras e pelo testemunho pessoal. No meu caso o momento que mais me assustou foi a espera no bloco operatório. Até que a cirurgia começou e tudo foi simples. Depois fica o receio (fui operado ao tendão de aquiles).

      Beijos

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  3. Bruno espero que corra tudo bem com a menina. Beijinhos Filipa Tomás Londres

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