18.5.17

a decisão de mudar

Nos últimos tempos mudei de vida. Algo que não é novidade pois já tinha partilhado aqui. Mantive-me na minha área – jornalismo – mas passei para um registo bastante diferente em relação aquele em que trabalhei durante muitos anos. Andava desmotivado. Estava farto de determinadas situações. Resumindo, queria mudar. Se procurei essa mudança com a determinação que ela pedia? Não! Se errei ao fazer isso? Sim!

As pessoas habituam-se às zonas de conforto em que vivem. Mesmo que sejam miseráveis do ponto de vista psicológico. Bastante duras. As pessoas querem mudar mas inventam mil “e se” para adiar ou evitar a mudança. E agarram-se muito mais aos receios de mudar do que aos motivos para deixar tudo para trás, sem qualquer receio. Isto aplica-se especialmente ao trabalho. Havendo que também o faça em tudo na vida.

Sabia que mudar seria bom para mim. Especialmente para a minha cabeça. Mas nunca imaginei que fosse tão bom como está a ser. Não existem segundas-feiras extremamente aborrecidas. Não existem viagens de carro que parecem o corredor da morte. Não existem noites mal dormidas. Não existem aborrecimentos desnecessários. Se me prendia muito a tudo isto? Não! Se dava mais importância do que tinha? Não! Mas não é fácil desligar de uma realidade bastante presente. É como não querer ver algo que não sai da nossa frente.

Não sou a pessoa mais medrosa do mundo. Não vivo com medo de mudar. Mas agora noto que poderia ter feito algo mais para que esta realidade não demorasse tanto a chegar. E é o que digo aos amigos que me perguntam “como vai o trabalho novo?”. Respondo com alívio. Com um sorriso no rosto. Com entusiasmo. Com energia. E se as pessoas tivessem a noção – algo que não tinha na totalidade – do peso que isto tem em tudo na vida, nunca mais arranjam motivos para não largar algo que só faz mal. Passavam a procurar motivos para mudar. E agarravam-se a todos.

4 comentários:

  1. Sei tão bem o que é isso, mas no caso, tive de tomar a decisão em relação a algo de que gostava de fazer. Cerca de há três anos, voltei a praticar hip hop, e lá fiquei por dois anos. Por muito que gostasse daquilo, fui notando que o stress se ia acumulando, basicamente a ter o efeito contrário pretendido. Durante meses, lutei contra a ideia de abandonar a atividade, como se se eu o fizesse, ficaria a dever algo a alguém, e por muito que me tenha custado, saí do grupo, e nunca antes me tinha sentido tão livre!
    São pequenas mudanças que alteram tudo na nossa vida!! Folgo em saber que agora estás bem no teu novo trabalho!

    LYNE

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    1. E em muitos casos são mudanças que nos assustam sem motivos.

      Obrigado

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  2. Tão, mas tão verdade!...
    Eu também quero. Muito. Cheguei ao ponto de não dormir nas noites de domingo e sentir aversão todas as manhãs, ao sair de casa. Não aversão ao trabalho, isso não, porque gosto de trabalhar, mas ao meu trabalho. Porque não me realiza, estagnei e, por mais que queira combater toda esta negatividade (contrária à minha força anímica), vivo uma realidade laboral triste, de chefias sem liderança, sem capacidade, que não têm gosto e empenho e brio e que, por inerência, provocam uma total desmotivação e frustração nos subordinados.
    E isto, acredita, acaba por minar todos os outros campos da minha vida. E das dos meus colegas. :(
    Não quero entrar numa de ansiedade e desespero, mas dou por mim a pensar: "E se eu não conseguir mudar? Como vai ser a minha vida?"
    Não é fácil, Bruno, nada mesmo, porque o mercado de trabalho também não facilita. Mas não vou desistir!

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    1. Não é fácil. Isso é uma grande verdade. Mas em muitos casos temos medo sem necessidade. Retiramos valor ao real que temos. Espero que consigas.

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